O mastologista é o médico especializado em alterações da mama, benignas ou malignas. Ele participa da prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação das pessoas com alterações mamárias. É uma área da medicina em constante evolução, com muita pesquisa e novas tecnologias. O mastologista trata de homens e mulheres com problemas mamários.
Categoria: Informativos
Psicologia e o câncer de mama
Sabe-se que o diagnóstico de câncer de mama é difícil de ser escutado e compartilhado devido aos estigmas que ele carrega. Nisso, ele também provoca um impacto negativo para a mulher, pois a mama é cheio de símbolos e significados. Nesse sentido, o diagnóstico é visto de uma forma negativa para a paciente, a qual provoca medos, inseguranças e pânico. Através desses comportamentos, o psicólogo ajuda a enfrentar o seu tratamento e aliviar o seu sofrimento, além de promover bem estar para essa mulher.
Fisioterapia em mastologia
A fisioterapia nas mulheres em acompanhamento do serviço de mastologia visa a prevenção, tratamento e/ou amenização das complicações cirúrgicas, tais como: dor, diminuição de movimento do ombro, perda de força muscular, linfedema (inchaço do braço), alteração da sensibilidade, seroma, aderência, alterações posturais, dentre outros.
Recomenda-se que seja realizada em todas as fases de tratamento do câncer de mama.
A conduta fisioterapêutica baseia-se em abordagens específicas, além de orientações domiciliares. A reabilitação favorece o retorno às atividades de vida diária, melhor qualidade de vida, diminuição da dor e retorno ao trabalho.
Nutrição e câncer de mama
A nutrição desempenha um importante papel na prevenção e no tratamento dos pacientes com câncer de mama. Sabe-se que uma alimentação adequada em quantidade e qualidade, melhora as complicações e diminui os efeitos colaterais causados pelo tratamento, assim como, ajuda na prevenção de recidivas da doença.
O sobrepeso e a obesidade estão relacionados ao aumento na manifestação de cânceres em geral, incluindo o de mama, maiores complicações pós-operatórias, dificuldades de cicatrização, problemas de mobilidade, alterações do sono, de recorrência do câncer e sobrevida. Somado a isso, a idade avançada e a menopausa agravam as chances de se ter um câncer e suas complicações. O baixo peso também é um agravante já que o paciente não estará em perfeitas condições nutricionais e imunológicas para enfrentar o tratamento.
A alimentação rica em gorduras, principalmente as saturadas, açúcares, bebidas alcoólicas e o excesso de calorias ingeridas afetam o prognóstico do paciente com câncer. Durante o tratamento alguns efeitos colaterais podem manifestar-se como perda de apetite, queda de cabelo, pele seca, aftas, dores estomacais e estomatite, enjôos, náuseas, alterações no ritmo intestinal, alterações no paladar, que levam à exclusão de alimentos importantes da dieta. Um acompanhamento com a nutricionista ajudará a resolver estes problemas.
Por outro lado, o consumo de verduras, frutas, cereais e grãos, leguminosas, leite e derivados, proteínas animais e vegetais, auxiliam na melhor nutrição do paciente e em sua qualidade de vida. A recuperação pós-operatória se torna mais fácil e as manifestações clínicas do tratamento, como a quimioterapia, são amenizadas.
O acompanhamento nutricional será individualizado levando em consideração as queixas e manifestações clínicas de cada paciente, além de seu estado nutricional (baixo peso, peso normal, sobrepeso, obesidade). A prescrição dietética inclui um plano alimentar adequado às necessidades nutricionais de cada paciente, a seus hábitos alimentares, e caso seja necessário poderá haver a suplementação de nutrientes via oral. O objetivo deste acompanhamento será o tratamento e alívio dos sintomas durante o tratamento, assim como de correção do estado nutricional do paciente.
Tratamento complementar do câncer de mama
Para aumentar as chances de cura, em alguns casos, utilizam-se a radioterapia (tratamento com radiação), a quimioterapia (tratamento com medicamentos que matam as células malignas), a hormonioterapia (bloqueio dos hormônios), terapia alvo (medicamentos dirigidos a alguns tipos especiais de tumor) e a imunoterapia (tratamentos que melhoram as defesas do organismo). Quando este tratamento é realizado após a cirurgia é chamado de terapia adjuvante. Em algumas situações, é melhor utilizar algum tratamento antes da cirurgia (terapia neoadjuvante) com a intenção de reduzir o tumor e de diminuir a agressividade da cirurgia. A decisão do melhor tratamento complementar depende de muitos fatores e será discutida pelo mastologista, com base nos exames e nas condições clínicas da paciente (como a idade e outras doenças associadas).
Cirurgia do câncer de mama
A parte mais importante do tratamento do câncer de mama é a cirurgia, pois é responsável pela maior porcentagem da cura. Apenas alguns casos muito avançados, em mulheres com a saúde muito debilitada, ou muito idosas, não são operados. A cirurgia mais comum é a retirada de uma parte da mama (quadrantectomia), onde se encontra o tumor, com uma margem de segurança. Pode ser necessária a retirada de toda a mama (mastectomia), em caso de tumores muito grandes ou de mamas muito pequenas. A chance de cura na retirada parcial ou total da mama é semelhante, desde que a cirurgia seja associada aos demais tratamentos complementares, de acordo com a necessidade. O câncer de mama pode espalhar para os linfonodos (ínguas) da axila. Por isto, em muitos casos, é necessária a investigação do linfonodo sentinela, que é o primeiro linfonodo, ou grupo de linfonodos, para os quais as células malignas migram. Nos casos em que a axila esteja muito comprometida, pode ser necessária uma limpeza completa na axila, com a remoção de todos, ou de boa parte dos linfonodos (dissecção axilar). A retirada total da mama e a retirada total dos linfonodos é evitada, quando possível, devido ao maior risco de complicações, ao pior resultado estético e ao maior risco de inchaço no braço. A retirada da mama do outro lado, sadia, não costuma trazer benefícios na maioria dos casos, além de aumentar o risco de complicações. Só é indicada, por desejo da paciente, em casos de risco muito alto de ter um novo câncer na outra mama.
Para melhorar o resultado estético e melhorar a autoestima, o mastologista pode usar técnicas de reconstrução parcial ou total das mamas (cirurgia oncoplástica e reconstrutiva). Na reconstrução parcial, utiliza-se a própria mama restante para corrigir o defeito causado pela retirada do tumor, ao mesmo tempo em que pode ser corrigida a flacidez, o tamanho das mamas e a posição do mamilo. Esta cirurgia (oncoplastia) está associada a melhor satisfação das pacientes e a um menor risco de complicações, quando comparada à reconstrução total. Em casos extremos, quando necessária a mastectomia, podem-se utilizar tanto os implantes de silicone (próteses), quanto os retalhos do músculo da barriga (reto abdominal) ou das costas (grande dorsal). Alguns defeitos da reconstrução podem ser corrigidos com um enxerto de gordura, obtida por meio da lipoaspiração.
Diagnóstico do câncer de mama
O diagnóstico é feito através de exames como a mamografia, a ultrassonografia e, em alguns casos, a ressonância nuclear magnética. Quando há um tumor suspeito, a biópsia pode ser feita, na maioria das vezes, através de agulhas especiais, sob anestesia local, sem a necessidade de cirurgia ou de internação. Em alguns casos de secreção mamilar suspeita, pode ser necessária a realização de uma cirurgia para retirada dos ductos (canais do leite), mesmo com exames de imagem normais.
Câncer de mama
O câncer de mama é muito comum em todo o mundo. Estima-se que uma em cada 12 mulheres no Brasil possa desenvolver câncer de mama ao longo da vida. A boa notícia é que, em média, 80% das mulheres com câncer de mama tem ficado completamente curadas, com o tratamento adequado. Se diagnosticado no início, em alguns casos, a possibilidade de cura pode chegar a 98%.
Ginecomastia
O homem pode ter um crescimento anormal das mamas, gerando problemas de autoestima e convívio social. Isto se chama ginecomastia. O mastologista pode avaliar a causa do problema e fazer a cirurgia corretiva, quando necessário. A ginecomastia não costuma aumentar a chance de câncer de mama, mas alguns tumores podem parecer com uma ginecomastia. O diagnóstico correto deve ser feito pelo especialista.
Cistos na mama
Os cistos mamários costumam ser ocasionados pelos hormônios femininos, em mulheres que tenham tendência a este tipo de alteração. Os cistos simples, ou seja, apenas com líquido, não necessitam de tratamento ou acompanhamento. Caso os cistos estejam muito grandes e causem incômodo, podem ser puncionados com uma agulha fina para alívio. Alguns cistos podem confundir-se com nódulos sólidos. Neste caso, é realizado um seguimento clínico em 6 meses. Em alguns casos, pode haver cistos com áreas sólidas no interior, que são suspeitos, e que necessitem de uma biópsia.